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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A Carteira


Eu retornava pra casa, em um dia muito frio quando tropecei em uma carteira.
Procurei por algum meio de identificar o dono. Mas a carteira só continha três dólares e uma carta amassada, que parecia ter ficado ali por muitos anos.
No envelope, muito sujo, a única coisa legível era o endereço do remetente.
Comecei a ler a carta tentando achar alguma dica.
Então eu vi o cabeçalho. A carta tinha sido escrita quase sessenta anos atrás.
Tinha sido escrita com uma bonita letra feminina em azul claro sobre um papel de carta com uma flor ao canto esquerdo.
A carta dizia que sua mãe a havia proibido de se encontrar com Michael mas ela escrevia a carta para dizer que sempre o amaria.
Assinado Hannah.

Era uma carta bonita, mas não havia nenhum modo, com exceção do nome Michael, de identificar o dono.
Entrei em contato com a cia. telefônica, expliquei o problema ao operador e lhe pedi o número do telefone no endereço que havia no envelope.
O operador disse que havia um telefone mas não poderia me dar o número. Por sua própria sugestão, entrou em contato com o número, explicou a situação e fez uma conexão daquele telefone comigo.
Eu perguntei à senhora do outro lado, se ela conhecia alguém chamada Hannah.
Ela ofegou e respondeu:
- "Oh! Nós compramos esta casa de uma família que tinha uma filha chamada Hannah. Mas isto foi há 30 anos!"
- "E você saberia onde aquela família pode ser localizada agora?" Eu perguntei.
- "Do que me lembro, aquela Hannah teve que colocar sua mãe em um asilo alguns anos atrás", disse a mulher. "Talvez se você entrar em contato eles possam informar".
Ela me deu o nome do asilo e eu liguei. Eles me contaram que a velha senhora tinha falecido alguns anos atrás mas eles tinham um número de telefone onde acreditavam que a filha poderia estar vivendo.
Eu lhes agradeci e telefonei. A mulher que respondeu explicou que aquela Hannah estava morando agora em um asilo.
A coisa toda começa a parecer estúpida, pensei comigo mesmo. Pra que estava fazendo aquele movimento todo só para achar o dono de uma carteira que tinha apenas três dólares e uma carta com quase 60 anos?
Apesar disto, liguei para o asilo no qual era suposto que Hannah estava vivendo e o homem que atendeu me falou, - " Sim, a Hannah está morando conosco."
Embora já passasse das 10 da noite, eu perguntei se poderia ir para a ver.
- "Bem", ele disse hesitante, "se você quiser se arriscar, ela poderá estar na sala assistindo a televisão".
Eu agradeci e corri para o asilo. A enfermeira noturna e um guarda me cumprimentaram à porta. Fomos até o terceiro andar.
Na sala, a enfermeira me apresentou a Hannah. Era uma doçura, cabelo prateado com um sorrisso calmo e um brilho no olhar.

Lhe falei sobre a carteira e mostrei a carta. Assim que viu o papel de carta com aquela pequena flor à esquerda, ela respirou fundo e disse, - "Esta carta foi o último contato que tive com Michael".
Ela pausou um momento em pensamento e então disse suavemente, - "Eu o amei muito. Mas na ocasião eu tinha só 16 anos e minha mãe achava que eu era muito jovem. Oh, ele era tão bonito.
Ele se parecia com Sean Connery, o ator".
- "Sim," ela continuou. "Michael Goldstein era uma pessoa maravilhosa. Se você o achar, lhe fale que eu penso freqüentemente nele.
E, ela hesitou por um momento, e quase mordendo o lábio, "lhe fale que eu ainda o amo. Você sabe", ela disse sorrindo com lágrimas que começaram a rolar em seus olhos, "eu nunca me casei. Eu jamais encontrei alguém que correspondesse ao Michael..."

Eu agradeci a Hannah e disse adeus. Quando passava pela porta da saída, o guarda perguntou,
- "A velha senhora pode lhe ajudar?"
- "Pelo menos agora eu tenho um sobrenome. Mas eu acho que vou deixar isto para depois.
Eu passei quase o dia inteiro tentando achar o dono desta carteira".
Quando o guarda viu a carteira, ele disse, - "Ei, espere um minuto! Isto é a carteira do Sr. Goldstein. Eu a reconheceria em qualquer lugar. Ele está sempre perdendo a carteira. Eu devo tê-la achado pelos corredores ao menos três vezes".

- "Quem é Sr. Goldstein?" Eu perguntei com minha mão começando a tremer.
- "Ele é um dos idosos do 8º andar. Isso é a carteira de Mike Goldstein sem dúvida.
Ele deve ter perdido em um de seus passeios".
Agradeci o guarda e corri ao escritório da enfermeira. Lhe falei sobre o que o guarda tinha dito.
Nós voltamos para o elevador e subimos. No oitavo andar, a enfermeira disse, - "Acho que ele ainda está acordado. Ele gosta de ler à noite. Ele é um homem bem velho.
Fomos até o único quarto que ainda tinha luz e havia um homem lendo um livro. A enfermeira foi até ele e perguntou se ele tinha perdido a carteira.
Sr. Goldstein olhou com surpresa, pondo a mão no bolso de trás e disse, - "Oh, está perdida!"
- "Este amável cavalheiro achou uma carteira e nós queremos saber se é sua?"
Entreguei a carteira ao Sr. Goldstein, ele sorriu com alívio e disse, - "Sim, é minha! Devo ter derrubado hoje a tarde.
Eu quero lhe dar uma recompensa".
- "Não, obrigado", eu disse. "Mas eu tenho que lhe contar algo. Eu li a carta na esperança de descobrir o dono da carteira".
O sorriso em seu rosto desapareceu de repente.
- "Você leu a carta?"
"Não só li, como eu acho que sei onde a Hannah está".

Ele ficou pálido de repente.
- "Hannah? Você sabe onde ela está? Como ela está? É ainda tão bonita quanto era? Por favor, por favor me fale", ele implorou.
- "Ela está bem... E bonita da mesma maneira como quando você a conheceu". Eu disse suavemente.
O homem sorriu e perguntou, - "Você pode me falar onde ela está? Quero chamá-la amanhã ".
Ele agarrou minha mão e disse, "Eu estava tão apaixonado por aquela menina que quando aquela carta chegou, minha vida literalmente terminou.
Eu nunca me casei. Eu sempre a amei."
- "Sr. Goldstein", eu disse, "Venha comigo".
Fomos de elevador até o terceiro andar. Atravessamos o corredor até a sala onde Hannah estava assistindo televisão.
A enfermeira caminhou até ela, - "Hannah, " ela disse suavemente, enquanto apontava para Michael que estava esperando comigo na entrada. "Você conhece este homem?"

Ela ajeitou os óculos, olhou um momento, mas não disse uma palavra. Michael disse suavemente, quase em um sussurro, - "Hannah, é o Michael. Lembra-se de mim?"
- "Michael! Eu não acredito nisto! Michael! É você! Meu Michael!"
Ele caminhou lentamente até ela e se abraçaram. A enfermeira e eu partimos com lágrimas rolando em nossas faces.
- "Veja", eu disse. "Veja como o bom Deus trabalha! Se tem que ser, será!".
Aproximadamente três semanas depois eu recebi uma chamada do asilo em meu escritório.
-"Você pode vir no domingo para assistir a um casamento? O Michael e Hannah vão se amarrar"!
Foi um casamento bonito, com todas as pessoas do asilo devidamente vestidos para a celebração.
Hannah usou um vestido bege claro e bonito. Michael usou um terno azul escuro.

O hospital lhes deu o próprio quarto e se você sempre quis ver uma noiva com 76 anos e um noivo com 79 anos agindo como dois adolescentes, você tinha que ver este par.
Um final perfeito para um caso de amor que tinha durado quase 60 anos. 

O Heroi da Vila


Crianças brincavam à sombra de uma figueira e, cansadas, sentaram-se e conversavam sobre coragem em determinadas situações.

- Não tenho medo de nada - falou Clóvis. - Quando crescer quero participar de um safári na África, Não gostaria de fazer o mesmo, Roberto?
- Eu não. Tenho medo de animais selvagens e não sei se poderia vencê-los.
- Ahh!... - exclamou Clóvis, como a dizer: Covarde! E continuou: - Pois apreciaria me ver diante de um leão ou de um grande urso. Liquidava-o...

Refeitos, decidiram seguir para o riacho, a fim de chapinhar na água. Foram. Os lambaris fugiam dos pés a chapinhar de todos os lados. O sol jábaixava, quando o grupo retornava.
Ao atravessar o campo, um ruído diferente fê-los voltar-se para trás. Que horror! Um animal feroz corria para eles, bramindo loucamente.
Roberto tirou a capa vermelha dos ombros de uma garota e gritou para o grupo correr e se proteger além da cerca. Clóvis correu pálido e trêmulo da cabeça aos pés, enquanto Roberto tentava afugentar a fera.
Lançou a capa sobre um arbusto e de um salto mal calculado caiu no precipício, enquanto o animal, enraivecido, pisava a capa furiosamente.

Na queda, Roberto foi parar na beira do riacho, rolando entre pedras e galhos. Ficou sem sentidos, mas a água fria o despertou atordoado.
- Oh!, o meu pé...
Arrastando-se até à beira da estrada, ali tirou o sapato, porque o pé inchara.
- Olá, garoto. O que há com você? Está trêmulo - disse alguém que passava.
- Estou com muita dor... pulei a barroca... machuquei meu pé - disse ele.
Era o fazendeiro que passava. Chamando o motorista, ordenou que levasse o garoto para o hospital, enquanto ele iria avisar os pais.
Os médicos atenderam de imediato. Ficou constatada uma fratura na perna. Quando chegaram seus pais, Roberto já estava acomodado entre alvos lençóis, com a cabeça revestida com ligaduras e dopado pelo anestésico.
Algumas horas se passaram e o menino despertou agítado. Onde estava? Como pesava-lhe o pé! Uma enfermeira entregou-lhe um braçado de flores que lhe foram mandadas pelos amiguinhos.
- Flores para mim? Ora, mas por que razão? - falou Roberto, confuso.
- Porque você é um herói. Salvou a vida dos companheiros!
Roberto viu que, além das flores, havia também frutas, brinquedos e livros. Não conseguia atinar bem com os motivos.
A enfermeira abriu o jornalzinho da vila e deixou que ele mesmo lesse a manchete: "Roberto, o heroi, num ato de bravura salva a vida dos companheiros."
- Ora essa! - ponderou ele. - Eu pensava ser até um covarde... mas sinto-me agora feliz porque os meus amigos foram salvos da fera do zoológico. 

O Viver da Segunda Milha


"Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas"  (Mateus 5:41).

A segunda milha tem uma história fascinante. Se não tirarmos tempo para compreender a história por trás das palavras, perderemos o seu significado. Esta parábola baseia-se num quadro de um país ocupado. O verbo "forçar" vem do grego, aggareuein. O substantivo vem de uma palavra persa, que no antigo sistema postal significava estafeta. As estradas eram divididas em estádios cerca de um dia de distância uns dos outros. No final de cada estádio havia provisão de alimento, água e acomodação para o estafeta.

O costume era que qualquer cidadão e seu cavalo podiam ser forçados a percorrer um estádio. A palavra aggareuein representa tal alistamento compulsório. Através dos anos, a palavra passou a indicar trabalho forçado ou fornecimento de bens pelas pessoas de um país ocupado. As forças de ocupação podiam exigir o serviço dos vencidos mediante a força. Na Palestina, a qualquer instante o judeu podia ser forçado ao serviço. Ele não tinha recurso senão cooperar e cumprir o que lhe exigiam.

O que Jesus parece estar dizendo é que se caminharmos a milha que alguém nos peça, estaremos apenas cumprindo o que é requerido de um país ocupado. Contudo, se com o fardo nas costas indicarmos a disposição de continuar em serviço, causaremos boa impressão nos outros com nossa disposição amorosa. O mínimo necessário não impressiona a Jesus. Ele chama o seu povo para manter o fardo nas costas e prosseguir.

Essa história tem uma implicação prática na questão do
ressentimento. Em vez de nos ressentirmos ao ser forçados ao serviço, Jesus sugere que devemos manifestar amor prático pela pessoa de quem nos ressentimos. Vá além das expectativas. Dê a si mesmo além do seu limite e descobrirá que o segundo fôlego do Espírito Santo estará infundindo vida, energia, amor e perdão.

Cristo nos chama para o viver da segunda milha.
Sorria, Jesus te ama!