O melhor e o pior do mundo

Era uma vez um homem muito rico que gostava de fazer festas e oferecer banquetes para os seus amigos.
Um dia, chamou o garçon e lhe deu a seguinte ordem: "Abiac, amanhã deves preparar o almoço para a festa. Prepara o melhor prato, ouviste? "
- Sim senhor, patrão. Ordem dada é ordem cumprida, respondeu Abiac. o garçon ficou pensando e depois de alguns minutos disse:
- Já sei, vou preparar língua de todo jeito.
Hora do almoço. Lá estavam todos os convidados. Aperitivos, bate-papo...dlin,dlin,dlin soa a sineta do patrão.
- Abiac, pode servir o almoço.
Lá se foi Abiac com o 1º prato. Serviram-se e de tão apetitoso, esqueciam-se de conversar. Um falava baixinho para o outro: "Que língua bem preparada".
O garçon trouxe o segundo prato. Era língua. O 3º prato: língua. O 4º, prato: língua. O quinto: também língua.
Até que o patrão chamou Abiac e reclamou: "Que é isso, Abiac? Eu não te disse que prapararas o melhor prato para os meus amigos?
-"Exatamente, patrão, respondeu Abiac. A língua não é a melhor coisa que a gente têm?
- Como assim, indagou o patrão.
- É, patrão, é com a língua que a gente ensina, se comunica, transmite aos outros o que se pensa.
É com a língua que se pode animar as pessoas, consolá-las, dialogar com elas. É coma língua que se fala bem do próximo, se reza e se canta louvores a Deus.
Todos admiraram a sabedoria de Abiac.
O patrão, em lugar de zangar-se, sentiu-se orgulhoso de seu garçon. E lhe disse: "esta' abem, Abiac. Daqui a três dias esses mesmos amigos virão novamente almoçar comigo.
Então tu vais preparar o pior prato.
- "Sim, senhor, disse Abiac., ordem dada é ordem cumprida."
Três dias se passaram. Hora do almoço. Convsersas e de repente dlin,dlin,dlin: a sineta do patrão.
- "Abiac, podes servir o almoço".
O garçom traz o primeiro prato: língua. O segundo: língua. O terceiro:língua e assim foi adiante.
O patrão exigiu de Abiac uma explicação:
- Patrão eu apenas fiz o que o senhor mandou. O senhor me disse que preparar o pior prato. Pois aí está: é a língua.
A criança mal-criada mostra a língua. As comadres e os compadres fazem fofoca com a língua. As mentiras, os palavrões saem com o movimento da língua.
Então, patrão, eu não agi certo?
Todos os convidados louvavam a sabedoria de Abiac.
O patrão promoveu a Abiac e deu-lhe um cargo de confiança na sua firma e ajudou-o a terminar seus estudos.
Abiac tornou-se um filósofo e sempre usou a sua língua para o bem do próximo.