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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Vida Prolongada


A mamãe gata, segundo a fábula, estava muito feliz com a chegada de mais
quatro gatinhos.
Bem instalada no porão do velho sobrado, ela não media esforços, no sentido de atender a tempo todas as necessidades dos seus filhotes.
Assim é que eles se desenvolveram fortes e saudáveis.
Em pouco tempo, já arriscavam suas voltinhas ao longo do imenso quintal, cercado por um muro largo e resistente.
Sempre cautelosa, a mãe espreitava qualquer investida do cão de guarda, que teimava em perseguir os gatinhos.
À medida que o tempo passava, os quatro gatinhos também iam se tornando
independentes e cada vez mais hábeis.
Já providenciavam a sua própria alimentação e nunca encontravam dificuldades nessa busca, pois que as sobras da cozinha do sobrado eram fartas.
Certa tarde, depois de um rápido temporal de verão, o sol voltou a brilhar.
Aproveitando o tempo agradável, os gatinhos puseram-se a correr pelo quintal.
Entusiasmados com a brincadeira agradável, eles foram mais longe:
subiam por uma escada de madeira e, do seu último degrau, saltavam sobre o
muro e de lá, por fim, pulavam para o gramado do quintal.
No auge dessa brincadeira, eles perceberam que um velho gato caminhava
lentamente sobre o alto muro, tentando encontrar um lugar mais baixo, de
onde ele pudesse saltar, sem perigo, para o interior do grande quintal.
Andava indeciso de um lado para outro, sem coragem para arriscar o salto.
Intrigados com tamanha indecisão, os quatro gatinhos gritaram em coro,
chamando a atenção do vovô gato:
- Pode pular sem medo, vovô. Já se esqueceu que nós gatos temos sete vidas?
O velho gato, parando no lugar onde estava, voltou-se para os gatinhos
peraltas, respondendo com certa tristeza:
- Como poderia esquecer-me disso? A cada momento essa lembrança me vem à
mente e tardiamente me arrependo de haver me autodestruído tão estupidamente. Quando eu era jovem como vocês, consumi sem necessidade seis dos meus sete fôlegos e agora, velho, doente e cansado preciso preservar a única vida que ainda me resta...

Causa-nos pena ver como a nossa gente jovem destrói a própria vida
na dissolução, nos vícios e nos prazeres efêmeros.
Na ânsia desenfreada de aproveitar a vida em toda a sua abrangência, deixam de pensar no futuro.
É por isso que suas vidas são abreviadas ou, pelo menos, sem brilho, sem motivação e sem gratas lembranças.
Reflitam! 

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